A Doença de Moya-Moya é uma condição que afeta os vasos sanguíneos do cérebro. Ela provoca o estreitamento progressivo das artérias que levam sangue ao cérebro, resultando na formação de vasos colaterais anormais, que têm aparência de “nuvem de fumaça” em exames de imagem, daí o nome “Moya-Moya” (que significa “fumaça” em japonês).
A causa exata da doença ainda é desconhecida, mas acredita-se que fatores genéticos desempenham um papel importante. A condição pode ser primária ou caracterizar uma síndrome quando associada a outras doenças, como anemia falciforme, Síndrome de Down ou certas condições autoimunes.
A Doença de Moya-Moya é mais comum em populações asiáticas, especialmente no Japão e na Coreia, mas pode ocorrer em qualquer lugar do mundo, inclusive no Brasil. Ela afeta tanto crianças quanto adultos, e a faixa etária de maior risco varia entre 5 e 10 anos nas crianças e entre 30 e 40 anos nos adultos.
Os sintomas da Doença de Moya-Moya variam de acordo com a idade:
Em crianças: A apresentação mais comum são os acidentes vasculares cerebrais (AVCs) isquêmicos ou ataques isquêmicos transitórios (AITs). Estudos mostram que cerca de 65% a 70% das crianças com Moya-Moya apresentam episódios de fraqueza, dormência ou dificuldade de fala como primeiros sinais.
Em adultos: A manifestação predominante é a hemorragia intracerebral, ocorrendo em cerca de 40% dos casos, embora AVCs isquêmicos também sejam frequentes. Os adultos podem relatar dores de cabeça, crises convulsivas ou alterações cognitivas progressivas.
Quando a doença é diagnosticada, é fundamental buscar tratamento com um neurocirurgião experiente em doenças cerebrovasculares, pois o manejo especializado pode prevenir complicações graves, como AVCs recorrentes e danos cerebrais permanentes.
O diagnóstico é realizado por exames de imagem, como:
Angiografia cerebral: Padrão-ouro para confirmar o estreitamento das artérias e a presença dos vasos colaterais.
Ressonância magnética (RM): Avalia possíveis áreas afetadas por isquemia.
Tomografia computadorizada (TC): Pode identificar alterações iniciais ou danos cerebrais devido à doença.
Esses exames ajudam a identificar o estágio da doença e a planejar o tratamento adequado.
O tratamento da Doença de Moya-Moya é essencial para prevenir complicações como AVCs e hemorragias cerebrais. Existem abordagens específicas para melhorar o fluxo sanguíneo cerebral:
Revascularização direta (bypass): Consiste em criar novas conexões entre vasos sanguíneos para garantir a circulação adequada para o cérebro. Essa técnica é considerada altamente eficaz em casos de obstrução significativa e deve ser realizada por um neurocirurgião experiente em microcirurgia vascular.
Revascularização indireta: Inclui técnicas como a encéfalomiossinangiose (EMS), em que tecido vascularizado (como músculo temporal ou dura-máter) é colocado sobre o cérebro. Isso estimula o desenvolvimento de novos vasos sanguíneos ao longo do tempo, melhorando o fluxo colateral de forma gradual. Outras técnicas incluem:
Encefaloduroarteriossinangiose (EDAS): Transposição de uma artéria extracraniana diretamente para a superfície cerebral.
Encefalomioarteriossinangiose (EMAS): Enxerto de tecido muscular para estimular a vascularização.
Medicamentos: Embora não curem a doença, medicamentos como aspirina podem ser usados para reduzir o risco de formação de coágulos até que a cirurgia seja realizada.
Cada caso deve ser avaliado individualmente para definir a melhor abordagem, e o tratamento cirúrgico, especialmente em mãos de um neurocirurgião especializado, tem demonstrado reduzir significativamente o risco de AVCs e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Procure sempre um especialista em neurocirurgia para avaliação e tratamento adequados!
Espero que esta revisão tenha sido útil. Se precisar de mais alguma coisa, estou por aqui!
Dr. Hugo Doria, desenvolvido por Balako.Digital
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